Blender tem o conjunto de ferramentas usado para a criação de filmes em animação 3D, efeitos visuais, modelos de impressão 3D, motion graphics, aplicações interativas em 3D, realidade virtual e desenvolvimento de jogos. De forma geral, é possível fazer modelagem 3D, aplicação de texturas, rigging, simulações de fluidos e fumaça, simulação de partículas, animação, dentre outros.
É possível contar com uma grande comunidade de entusiastas, artistas 3D e desenvolvedores de jogos que utilizam o software e poderão ajudar a entender e resolver problemas, além de uma grande variedade de conteúdo disponível na forma de tutoriais e cursos online.
Uma vez com o software, a próxima questão a ser definida é o hardware necessário para se obter a melhor experiência possível, tanto no momento de modelagem e animação em geral, como no momento da renderização.
Hardware necessário
Existem quatro principais componentes que irão influenciar diretamente no workflow de modelagem e animação no Blender: Processador, Memória, Placa de Vídeo e Armazenamento.
Cada componente exerce uma função no processo, e quando apenas um deles não é o suficiente para exercer sua função, todo o processo pode ficar comprometido. Um computador, por exemplo, com processador excelente, porém com memória insuficiente, poderá apresentar travamentos durante o uso do software, mesmo com um processador extremamente rápido.
Vamos ver agora em detalhes as necessidades de cada componente para rodar Blender.
Processador
Para o software Blender, é importante termos um processador com boa velocidade single core, mas não podemos abrir mão de núcleos e threads. Enquanto o software tem capacidade de usar multiprocessamento em várias tarefas (e certamente mais núcleos ajudam no momento de renderização), algumas tarefas ainda são trabalhadas em single thread.
Para uma workstation geral, que consiga ser competente tanto nos projetos modelando/animando como no processo de renderização em si, um processador que traga esse equilíbrio de boa performance no single-thread, e bom número de núcleos e threads, é essencial.
Um processador que cumpre muito bem essa tarefa é o Intel Core i7 10700F. Com 8 núcleos e 16 threads, é possível ter uma excelente experiência no software Blender, tanto trabalhando no projeto como renderizando.
Isso não significa que outros processadores com menos núcleos ou threads não conseguem rodar o programa, mas as expectativas precisam ser ajustadas. Um i5 10400F já consegue rodar o programa sem maiores engasgos, e caso associado à quantidade de memória suficiente e uma boa placa de vídeo, pode gerar uma experiência aceitável. Ainda assim, com menos núcleos e threads, o tempo de renderização aumenta consideravelmente.
É importante lembrar que a performance no programa vai depender da complexidade do projeto que se está trabalhando. Projetos mais simples, com texturas mais básicas e menos efeitos naturalmente irá apresentar uma fluidez maior e tempo de renderização menor do que projetos super complexos, com inúmeros objetos, texturas e efeitos aplicados.
Memória
Editar conteúdo em 3D pode exigir muita memória de um sistema. Quanto maior o número de elementos, qualidade de imagens e texturas, efeitos aplicados e, de forma geral, quanto mais complexo o projeto, mais memória será necessária para rodar o programa sem engasgos.
Enquanto versões anteriores do software eram conhecidas por apresentarem um uso modesto de memória RAM, a versão Blender 2.8 reverteu essa característica. Enquanto é possível usar de maneira mais básica e limitada o software com processadores e placas de vídeo intermediárias, não ter memória RAM suficiente torna a workflow praticamente impossível.
Mas por que o Blender passou a usar mais memória RAM que outros programas? Por ser um software que faz de tudo um pouco, ele acaba não sendo otimizado para condições de performance mais limitadas como algumas outras ferramentas de modelagem 3D.
Por apresentar múltiplas estruturas de dados para meshes, operações podem rodar em ambas CPU e GPU, e possibilita um sistema para animar praticamente todas as propriedades imagináveis de objetos em um projeto.
Para administrar todas essas operações, com estruturas de dados diferentes, o software faz o uso de caching e duplica dados do objeto para a memória RAM, dando a cada sistema uma instância limpa para operar. Essa característica de funcionamento limita a perda de dados e melhora a estabilidade do Blender, mas com o custo de consumir uma quantidade significativa de memória RAM.
Se o seu objetivo é utilizar o software Blender para algo além de modelagem low-poly (mais simples, poucos polígonos) e cenas bem simples, recomendamos o mínimo de 32gb de RAM. Se você tem o objetivo de rodar mais algum programa ao mesmo tempo, ou sabe que os projetos que pretende trabalhar apresentam um certo grau de complexidade, pode ser necessário fazer o upgrade para 64gb de RAM.
Placa de vídeo
Para a maior parte dos usuários, uma placa de vídeo da NVIDIA será a escolha mais segura para uma workstation com foco em Blender. O software usa de forma expressiva a aceleração por GPU, e possui uma excelente implementação para o uso de CUDA, tornando as placas da NVIDIA excelentes opções tanto para modelagem como para renderização.
Uma excelente opção é a RTX 3060. Com 12GB de VRAM e excelente processamento, a RTX 3060 tem como vantagem ser uma RTX da série 3000, a mais recente linha lançada pela NVIDIA. Além dos CUDA cores, a série RTX apresenta núcleos dedicados a ray tracing, usando a API OptiX. O Blender 2.9 foi a primeira versão do software a apresentar suporte a OptiX em placas de vídeo compatíveis, trazendo esse benefício na aceleração por GPU.
Caso o budget esteja limitado, a GTX 1660 Super já consegue possibilitar um uso mais básico do programa, e com as devidas reduções de expectativa, consegue proporcionar um uso relativamente fluido do software em projetos menos complexos.
Leia também: Qual o PC Ideal para Modelagem 3D?
Armazenamento
Muitas vezes resumido ao “espaço” disponível para se guardar arquivos e instalar programas, a questão do armazenamento acaba sendo um pouco mais complexa do que se pode parecer à primeira vista.
Atualmente, temos dois principais tipos de armazenamento para serem utilizados em computadores: HDs, ou discos rígidos, e SSDs, ou Unidades de Estado Sólido. Apesar da mesma função (armazenar dados), as tecnologias usadas em cada tipo de armazenamento são muito diferentes, com vantagens e desvantagens.
No caso dos HDs, temos discos magnetizados que giram a determinada velocidade, e uma cabeça de leitura e escrita precisa fisicamente se locomover até os pontos exatos onde os dados estão escritos ou onde serão gravados. Esse processo tem como fator limitador o movimento do disco e da cabeça de leitura, o que pode ocasionar uma demora maior para se ler ou gravar dados que estão armazenados em diferentes lugares do disco.
A vantagem dos HDs, no entanto, é no valor por capacidade. Por ser uma tecnologia mais antiga, e aperfeiçoada por muitos anos, é possível encontrar HDs com vários terabytes de capacidade a preços acessíveis.
Já os SSDs são dispositivos de armazenamento sem partes móveis. Compostos por memória flash (semelhante a de pendrives ou cartões de memória SD, porém mais avançadas e mais rápidas), os SSDs têm como vantagem a possibilidade de ler e escrever dados de forma muito mais rápida que HDs convencionais. Isso interfere não só em leituras e gravações sequenciais, mas em dados espalhados por todo o SSD, pois como não existe a necessidade de mover uma peça física até o local onde o dado está escrito, o processo de localizar e ler o dado gravado na memória flash é exponencialmente mais rápido do que em um HD.
Dito isso, o que o tipo de armazenamento interfere na experiência de uso de um software como o blender? Em resumo, na fluidez na qual os comandos são executados.
De nada adianta estar usando um computador com processador rápido, placa de vídeo adequada e memória RAM suficiente, se tanto o software como os arquivos que estão sendo trabalhados estão todos em um mesmo HD convencional.
Mesmo com todo o processamento disponível, o gargalo nesse sistema será o HD, limitado a velocidades de leitura mais baixas, podendo ocasionar travamentos ou lentidões durante a edição.
Dessa forma, recomendamos o mínimo de um SSD para o sistema operacional e software, no caso Windows 10 e Blender, e um HD convencional com maior capacidade para armazenar os vídeos e projetos.
Em uma configuração mais avançada, seria interessante adicionar um SSD para projetos e material bruto, aumentando a velocidade de leitura desses elementos e aumentando a fluidez. Dessa forma, teríamos um SSD para OS e softwares, outro SSD para projetos ativos e arquivos relacionados, e um HD de alta capacidade para armazenar os projetos que não estão em uso.
Como armazenamento é algo relativamente simples de ser adicionado futuramente, de acordo com a necessidade de cada um, podemos recomendar como configuração inicial para um computador com foco em modelagem e animação em Blender:
– SSD de 240gb (Para Windows, softwares e possivelmente projetos)
– HD de 1tb (para projetos pesados ou armazenamento de projetos não ativos)
Dessa forma já é possível garantir que, pelo menos para a fluidez de sistema operacional e software, o computador não será limitado pelas velocidades de leitura e escrita reduzidas de um HD convencional. A capacidade do HD e SSD necessária vai variar de usuário para usuário, mas de maneira geral, quanto mais espaço disponível, melhor.
Qual o PC ideal para modelagem e animação no Blender?
Especificações mínimas para executar o Blender sem problemas
Item | Requisito mínimo |
Sistema operacional | Windows 8.1 (64 bits), macOS 11.2, Linux glibc 2.28+ |
CPU | Processador de 4 núcleos com suporte SSE4.2 |
BATER | 8 GB |
GPU | Placa gráfica com 2 GB de VRAM, OpenGL 4.3+ |
Armazenar | SSD é recomendado (mas HDD funciona) |
Dispositivos de entrada | Mouse, trackpad ou mesa digitalizadora |
Especificações de PC recomendadas para o Blender
Componente | Requisito de alto nível |
CPU | AMD Ryzen 9 7950X / Intel i9-13900K (16+ núcleos) |
BATER | 64 GB+ |
GPU | NVIDIA RTX 4090 / AMD RX 7900XTX (16 GB+ VRAM) |
Armazenar | SSD NVMe (1 TB+) para acesso rápido aos dados |
Resfriamento | Resfriamento líquido para sessões de renderização prolongadas |
Agora ficou fácil saber qual é o hardware necessário para modelar, animar e até renderizar projetos no Blender, e você pode sempre contar com a Fusion PC para fornecer todo o suporte necessário na escolha do hardware ideal para o seu workflow!
Fonte: Fusionpc
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